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LACCOPS NA MÍDIA

Aqui você confere quando o LACCOPS é notícia

Ligado ao Departamento de Comunicação Social da UFF, especificamente ao curso de Publicidade e Propaganda, o Laboratório de Investigação de Comunicação Comunitária e Publicidade Social (Laccops)

Criado oficialmente em 2014 pela professora e coordenadora, Patrícia Saldanha, porém com pesquisas realizadas desde 2009, o Laccops conta com a participação de cinco professores e alunos de graduação e pós-graduação. Recentemente, ganhou em edital de ampla concorrência da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro com um projeto envolvendo jovens do Morro da Providência.  O Laccops integra o Instituto Nacional de Pesquisa em Comunicação Comunitária (INPECC) juntamente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Estadual do Ceará (UECE).

De acordo com a docente, a pesquisa no Morro da Providência começará em março deste ano em parceria com a ONG Epicentral, que cederá sua estrutura física para que o projeto aconteça. O foco do projeto será a elaboração de vídeos por um celular que posteriormente será dado como prêmio. “Vamos oferecer oficinas aos participantes para que eles possam realizar suas produções mostrando aspectos positivos da comunidade onde vivem”, explica Patrícia. “Depois haverá uma votação entre os alunos, professores integrantes do Laccops e a comunidade da Providência para decidir quem será o ganhador do aparelho utilizado nas filmagens”, complementa.


Guilherme Lima, um dos professores responsáveis pelo audiovisual, ressalta a importância do trabalho coletivo. “Nossa intenção é fazer um projeto conjunto com os moradores. Não queremos chegar com um olhar etnocêntrico, com a solução para todos os seus problemas. Pelo contrário, queremos desenvolver o processo juntos e contribuir com conhecimento produzido na UFF”, diz Lima, destacando que o laboratório tem por objetivo romper os muros da universidade.

O Laccops tem o intuito central de aplicar a epistemologia da Publicidade Social que, segundo Patrícia, se difere do Marketing Social. “Pretendemos fazer um trabalho diferenciado em que é necessária a participação da sociedade civil, com o cuidado de fugir do assistencialismo. Propomos uma publicidade inclusiva. Não acreditamos e não aplicamos a lógica do Marketing Social”.

“Através da ideia da importância da comunidade como mecanismo de vinculação e da publicidade como aquilo que torna comum a existência, o Laccops visa criar estratégias de resistência, de modo a pensar e executar ações a fim de que o sujeito possa avaliar criticamente sua vida e, através de uma forma prática, mudar sua própria realidade. Essa é a grande importância do projeto”, pontua a professora da UFF Tatiane Mendes, também responsável pela produção audiovisual.

Para Tatiane, o Laccops é importante porque fornece aos alunos a consciência de seu papel como agentes de transformação social. “No laboratório a importância dos estudantes é crucial. Eles são extremamente participativos, antenados e têm uma visão da comunicação social que fortalece as estratégias de resistência”, complementa.

Participação discente

Gabriel Faza, 23 anos, ingressou no laboratório ainda na graduação em Comunicação Social. “Continuar participando do Laccops, mesmo após a conclusão do meu curso, é uma forma de contribuir para gerar um impacto positivo na sociedade utilizando as técnicas publicitárias que aprendi em sala de aula. Isso faz com que eu continue produzindo trabalhos para discutir como a publicidade pode ser adaptada e utilizada em prol de causas sociais, por exemplo”, afirma.

Faza também ressalta a importância do Laccops na formação acadêmica dos alunos. “Ele permite que os estudantes deem seus primeiros passos na carreira acadêmica, além de participar de projetos práticos que geram um impacto positivo na sociedade”.O seu Trabalho de Conclusão de Curso integrou a linha de pesquisa do laboratório, sobre a  publicidade social, assim como os artigos que publicou posteriormente em congressos e seminários. “Pesquisei a comunicação do Programa Médicos Sem Fronteiras e as estratégias comunicacionais utilizadas para criar um vínculo entre o indivíduo e a causa”, explica o graduado.

Já o aluno de Publicidade e Propaganda Victor Hugo Rocha, 22 anos, conheceu o laboratório por meio de uma disciplina optativa ofertada pela professora Patrícia. “Achei muito interessante a nova proposta que o Laccops apresenta. Acabei me envolvendo em projetos que integravam o curso de Publicidade e o Jornal da Cidade de Deus. A ideia era fazer uma troca: entraríamos com o conhecimento mais técnico e eles contribuiriam com suas ideias. Logo em seguida fui convidado a participar efetivamente do laboratório”, conta.

O estudante mostra os pontos positivos de estar envolvido com a publicidade social e a comunicação comunitária para a formação em sua área. “É um diferencial enorme tratar desses dois temas. É a oferta de um outro ponto de vista sobre a publicidade que não é falado", explica Rocha.

“A publicidade é só uma ferramenta e a forma como vamos utilizá-la é decidida por nós, o que abre espaço para fazermos trabalhos positivos tanto no mercado quanto na academia ou na vida das pessoas. Por mais que o profissional não vá seguir a área acadêmica ou a publicidade social, estudá-la enriquece e passa a ser um fator diferencial  para a entrada no mercado de trabalho”, finaliza.

Expansão do projeto

São Tomé e Príncipe, no continente africano, Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, e Caravelas, na Bahia, foram alguns dos lugares em que o Laboratório de Investigação de Comunicação Comunitária e Publicidade Social desenvolveu suas atividades. Em São Tomé e Príncipe, a UFF vem atuando com ações ligadas à cultura e à comunicação. O projeto é uma parceria entre o Instituto de Arte e Comunicação Social (Iacs) e o Ministério de Relações Exteriores. A proposta é montar núcleos para a oferta de oficinas, workshops, aulas e eventos.

Em 2013, Patrícia Saldanha foi convidada para ministrar aulas de planejamento de campanha publicitária. “Sem conhecer profundamente a realidade daquela região, passei um final de semana adequando o material que eu havia preparado. A linguagem, os exemplos e a forma para eu trabalhar tinham que estar alinhados com a realidade deles. Eles se empolgaram com o primeiro curso e no final saímos com quatro projetos montados”, lembra a coordenadora.

Em um segundo momento, Patrícia retornou a São Tomé e Príncipe e executou uma campanha sobre futebol junto com os moradores. “Há 22 times no local e eles reclamavam da violência que existia entre os times e os jogadores. Com o slogan ‘Futebol não combina com violência’, montamos um projeto com peças publicitárias e vídeos para combater o problema”. Ela acrescenta que esse tipo de projeto torna explícito o impacto positivo da publicidade na sociedade.

​“A publicidade é só uma ferramenta e a forma como vamos utilizá-la é decidida por nós, o que abre espaço para fazermos trabalhos positivos tanto no mercado quanto na academia ou na vida das pessoas. Por mais que o profissional não vá seguir a área acadêmica ou a publicidade social, estudá-la enriquece e passa a ser um fator diferencial  para a entrada no mercado de trabalho”, finaliza.
 

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