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Foto do escritorEquipe Laccops

Editorial: LACCOPS Emergente

Atualizado: 7 de jul.

Editorial: Cidadania COM Equidade

por Patrícia Saldanha (UFF). Pablo Nabarrete Bastos (UFF). Guilherme Lima (UFF)


Com o isolamento social imposto pela pandemia global, grande parte das relações sociais passaram a ser mediadas pelas tecnologias. Nosso convite é para que recuemos com o intuito de refletir sobre a dimensão humana dos processos comunicacionais e a necessidade compartilhada de estabelecer vínculos. Vivemos uma experiência em que os tempos parecem se sobrepor, o ritmo está cada vez mais acelerado, as demandas mais imediatas e a lógica capitalista de produção contínua encontra atalhos para ser percebida e comercializada como alternativa única. O cidadão, sem conexão, parece ficar de fora das tomadas de decisão e sua voz parece não ecoar. A sensação é que seus anseios não transpõem os muros algorítmicos ou bolhas sociais.

Em tempos de Covid-19, a clausura alterou as prioridades. A preservação da vida virou privilégio, questões de saúde mental emergiram com força e a reorganização econômica do micro espaço se tornou urgente. O confinamento evidenciou sérios problemas psíquicos provocados pela ansiedade, pela angústia e pelo medo. Os sintomas são vivenciados de forma visceral, mas as causas nem sempre são óbvias, pois partem de um estratagema do sistema capitalista, por vezes, intransponível.

Nesse cenário, o capital se reinventou e as redes sociotécnicas se embrenharam no cotidiano via smartphone enquanto símbolo da democracia, um tipo de ferramenta alternativa para produção de conteúdo não hegemônico. Todavia, na maioria das vezes, não suporta longas horas de conexão, seja por questões de bateria, seja em virtude do término do plano de dados contratado junto à operadora ou mesmo pelas limitações técnicas do próprio equipamento. Em outras palavras, é mais democrático pra uns do que pra outros.

Ainda que estejamos imersos num emaranhado aparentemente sem saída, como bons publicitários, nos dedicamos a encontrar escapes no próprio ofício. Vimos alternativas na própria publicidade que, com o passar do tempo foi legitimada como uma importante ferramenta do sistema. Pra nós aqui do LACCOPS não é bem assim, a publicidade aqui retoma seu sentido originário de “tornar algo público”. Logo, é fundamental recuperarmos em nossas memórias os projetos que já foram realizados e valorizá-los, colocá-los em evidência como estratégia de sublinhar o protagonismo de agentes locais e da pungência da sociedade civil unida em um projeto comum. Os discursos precisam vir acompanhados de boas práticas, de coerência processual. O gesto de silenciar para ouvir o outro com atenção como uma maneira de resistir ao status quo automatizado e exercitar a empatia. Não é meu problema, mas é a dor do outro, tem relevância e ele precisa ter certeza de que não está sozinho.

Na perspectiva de publicidade social trabalhada pelo Laccops, o outro não se resume ao outro, algo estranho e fora de nós, pois este outro se reflete na gente e nós também estamos refletidos nele. Um jogo de espelhos. Isso é comunicação, é troca, aprendizado mútuo e contínuo entre sujeitos interlocutores. Para simplificar, conforme a linguagem e a sabedoria popular, estamos juntos e misturados! Se na publicidade tradicional até mesmo as interações são controladas e orientadas em última instância pelo lucro, pelo capital, nós estamos atentos aos processos humanos, aos vínculos sociais, ao engajamento que construímos coletivamente com as causas, as pessoas e os espaços em que atuamos. Se não for assim, não faz muito sentido. Trazer para o Mobilize-se as pessoas de Caravelas-BA, do Morro da Providência-RJ, do Jacarezinho-RJ, de Itaboraí-RJ é renovar esses vínculos sociais e reafirmar nosso profundo engajamento com o interesse público, com o comum, com a vida.

Mobilizamos e nos mobilizamos para viver plenamente num Mundo COM Muitas vozes, da distopia à utopia, uma “Cidadania COM Equidade”.

Tamu junto!!! Vai passar...




Guilherme Lima


Professor Assistente do Curso de Publicidade do Departamento de Comunicação Social da UFF - Universidade Federal Fluminense.
Doutor em Comunicação Social pela PUC-Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Mestre em Comunicação Social pela PUC-Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Graduado em Comunicação Social - Publicidade pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Membro do LACCOPS (Laboratório de Investigação em Comunicação Comunitária e Publicidade Social), responsável pela área de Produção Audiovisual do laboratório


Patricia Saldanha


Profª Drª Associada 2 da Universidade Federal Fluminense e membro Permanente do PPGMC - UFF (Programa de Pós-graduação em Mídia e Cotidiano). Vice-Coordenadora do GT de Cidadania do ALAIC (2012-2016), Coordenadora do GT de Cidadania do ALAIC (2016-2018), Coordenadora do Intercom Jr. Publicidade. (2015). Coordenadora do Intercom Jr. Cidadania(2016-2018). E Fundadora e atual Líder do LACCOPS (Laboratório de Investigação em Comunicação Comunitária e Publicidade Social) e membro fundadora do INPECC (Instituto Nacional de Pesquisa em Comunicação Comunitária).


Pablo Nabarrete


Professor do Departamento de Comunicação Social, do Instituto de Artes e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense. Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC-UFF). Doutor em Ciências da Comunicação, linha de pesquisa de Comunicação, Cultura e Cidadania, pela ECA-USP. Possui pós-doutorado em Estudos Culturais pelo Programa Avançado de Cultura Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordenador pedagógico do Laboratório de Investigação em Comunicação Comunitária e Publicidade Social (LACCOPS)




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