Por Guilherme Lima e Romulo Correa
Imagem como forma de expressão de ideias e sentimentos. A produção de conteúdo como experiência compartilhada, como troca de percepções, como construção colaborativa e participativa. Imagens e sons articulados como estratégia de apresentação de opiniões e visões de mundo. O compartilhamento da narrativa e a abertura da possibilidade de tornar pública uma causa ou uma determinada temática social. A comunicação, o estímulo de sensações e a convocação para reflexão crítica através da Produção Audiovisual. A montagem/edição como ferramenta metodológica de experimentação e construção de sentido em contínua mudança e negociação.
Nesse viés, o isolamento social atua como imposição contraditória, pois visa preservar da Covid-19, mas concomitantemente impõe uma série de outros problemas de saúde, principalmente, mentais. Contudo, a vinculação consciente a partir da partilha de experiências através da mediação das telas, das câmeras, das imagens, das sonoridades, das interferências, do diálogo, da escuta atenta e gentil. Afinal, “o ser humano não é produto”. Nesse viés, a imagem através da fotografia e do audiovisual permanece, como prática de comunicação contemporânea, criando impactos sociais e estratégias de transformação social.
A fotografia foi, ao mesmo tempo, marco, fruto, símbolo e registro documental da era moderna. Alinhado aos ideais científicos e objetivos, o valor funcional da técnica fotográfica teve importância seminal para o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa visuais e de sua transmissão vertical de informações, que marcam e constituem a modernidade.
A tecnologia digital de produção de imagens traz mudanças importantes à produção fotográfica contemporânea, principalmente, a partir da presença de celulares com câmeras fotográficas acopladas e a internet 2.0, o que permite a produção e a divulgação imediata de fotografias nas redes digitais. Essa possibilidade leva a uma hiperprodução de imagens no ciberespaço, o que influencia não só a produção fotográfica dos meios de comunicação, mas a própria forma como a sociedade se reconhece e se inter-relaciona, já que o ator social tem a possibilidade de produzir suas próprias imagens e divulgá-las em rede.
A partir do contexto pós-fotográfico, determinados grupos começam a se aproveitar da divulgação de imagens em rede com propósitos coletivos diversos, mas que tem um ponto em comum: a utilização da imagem fotográfica como forma de resistência. Dessa forma, podem combater rótulos e narrativas impostos pela mídia hegemônica, reafirmar identidades culturais e utilizar as imagens em plataformas de negócios em rede
sobre os autores:
Guilherme Lima
Professor Assistente do Curso de Publicidade do Departamento de Comunicação Social da UFF - Universidade Federal Fluminense. Doutor em Comunicação Social pela PUC-Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mestre em Comunicação Social pela PUC-Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Graduado em Comunicação Social - Publicidade pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Membro do LACCOPS (Laboratório de Investigação em Comunicação Comunitária e Publicidade Social), responsável pela área de Produção Audiovisual do laboratório
Rômulo Correa
Professor de Fotografia do Curso de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da UFF - Universidade Federal Fluminense. Atua também como professor da UNESA - Universidade Estácio de Sá e do Ibmec - Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais. Possui doutorado em Memória Social pela UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2019)
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